domingo, 3 de dezembro de 2017

Respeito a todas as diferenças!




Na escola de educação infantil que trabalho com Projeto Diversidade, como já devo ter comentado anteriormente. Após diversas leituras para a Interdisciplina Questões Étnico-Raciais na Educação: Sociologia e História fica cada dia mais claro meu papel junto ás crianças e as educadoras: através de vivências, rodas de conversas e leituras,  identificar as potencialidades da intervenção educativa no sentido de favorecer uma educação também em gênero. Sensibilizar os educadores e refletir buscando a superação do preconceito e discriminação em relação às desigualdades de gênero e as formas naturalizadas de lidar com questões de gênero e sexualidade.
Esta escrita se deve a última vivência que tivemos na escola durante festa da diversidade e suas consequências.
Entre as atrações artísticas tivemos uma Drag Queem¹. Uma apresentação artística.  No caso uma pessoa do sexo masculino que criou um personagem feminino assemelhando-se a uma boneca.
Não foi trabalhado na festa ou anteriormente em sala de aula, questões referentes a opção ou orientação sexual. Trabalhamos a diversidade e o respeito a ela. Com todas as suas nuances em gênero, étnico-racial, pessoas com deficiências, etc. A festa foi um reflexo de todas as nossas investidas nesta área. Todos e todas foram bem-vindos e bem-vindas. A escola mostrou-se aberta e inclusiva. Mas recebemos uma nota da secretaria municipal questionando o nosso artista.
Poderíamos ter convidado um palhaço que se vestisse de mulher.  Poderíamos ter convidado um corpo de baile em que meninas fizessem o papel do bailarino masculino por falta de bailarinos do sexo masculino. Alguém questionaria a orientação sexual do artista? Não.  Porque entendem que se trata de um artista e respeitam seu trabalho. Da mesma forma, queremos que se respeite mais esta forma de manifestação artística. Ou devemos respeitar somente algumas pessoas da nossa vasta diversidade? Escolheremos uns em detrimento de outros? Isso não seria discriminar? O respeito só pode existir quando conheço o diferente. Na convivência.


LEITE, Lucimar da Luze MAIO, Eliane Rose. EPCT- VII Encontro: O Método Científico. UNESPAR/FECILCAM/ (PPE), UEM,2013.
CRESCÊNCIO, Cintia Lima, SILVA, Janine Gomes, BRISTOT, Lídia Schneider (org) - Histórias de Gênero. Edições Verona. São Paulo-SP, 2017.
 AQUINO, Julio Groppa (Coord), Amaral, Ligia Assumpção. Sobre crocodilos e Avestruzes:falando dediferenças,  preconceitos e sua superação/Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas práticas Summus, São Paulos,1998.



[1] Chama-se drag queen a pessoa que se veste com roupas exageradas femininas estilizadas e drag king a pessoa que se veste como homem. A transformação em drag queen (ou king) geralmente envolve, por parte do artista, a criação de um personagem caracteristicamente cômico e/ou exagerado(...)Tanto drag queens como drag kings podem ter qualquer gênero e orientação sexual, e sê-lo não é indicativo de se ser homossexual, assexual, bissexual ou heterossexual. (Wikipédia)

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