Durante
a coleta e a sistematização dos dados, a partir das informações do Censo
Escolar e/ou ficha de matrícula dos alunos
de uma determinada turma de minha escola, percebi uma maioria declarado branco
no quesito cor, o que não confere com a minha observação de uma escola de
periferia.. Passei a pesquisar as outras
turmas e novamente os dados se repetem. Fiz uma rápida reflexão sobre o que eu
sabia sobre cor e raça. Ao perguntar à pessoa que realiza responsável pelas
matrículas das crianças, de que forma são preenchidos os dados, se pelos
responsáveis ou por ela, a resposta que me foi dita é que se o responsável não
preenche a lacuna cor, ela mesma preenche, segundo seus critérios.
Sabendo que raça é uma construção social para a desigualdade promovendo a hierarquização de uns sobre os outros e “cor é empregada para designar a classificação racial dos sujeitos sem, no entanto, se comprometer com a “raça” em si.”(INEP/MEC ,2016, P.12) penso que os dados coletados pela escola para o censo usa a pergunta cor, com esta intencionalidade. E pensando na pessoa responsável pela coleta dos dados, que declara branco, os não autodeclarados, também com a intencionalidade de não comprometer-se com a “raça”.
Sabendo que raça é uma construção social para a desigualdade promovendo a hierarquização de uns sobre os outros e “cor é empregada para designar a classificação racial dos sujeitos sem, no entanto, se comprometer com a “raça” em si.”(INEP/MEC ,2016, P.12) penso que os dados coletados pela escola para o censo usa a pergunta cor, com esta intencionalidade. E pensando na pessoa responsável pela coleta dos dados, que declara branco, os não autodeclarados, também com a intencionalidade de não comprometer-se com a “raça”.
Os dados recolhidos
foram de uma turma de berçário, com 20 alunos, sendo 10 do sexo
feminino e 10 do sexo masculino. Nascidos entre o mês de abril de 2016 e
abril de 2017. Declarados de cor “branca” 19 crianças, “parda” 1
criança e nenhuma para “não declarada” e “preta”.
Entendo a subjetividade de
pertencimento a uma ou outra raça/cor, e que a “percepção é sempre orientada ou
informada[1],
mas eu diria que nesta turma poderíamos declarar umas três crianças pretas e no
mínimo outras duas pardas. O declarar-se ou não declarar-se a uma ou outra cor,
remete a uma classificação dos sujeitos, que constituiu-se histórica e socialmente para
desqualificar uns perante os outros, e talvez esteja ai a maior dificuldade em
se sentir pertencente a raça ou cor parda e preta que sempre foram as mais
discriminadas das raças/cor/etnias na nossa sociedade brasileira.
OLIVEIRA, Adolfo Samuel, MACHADO, Taís de Sant’Anna,
SENKEVICS, Adriano Souza. A Cor ou Raça nas Estatísticas Educacionais –
Uma análise dos instrumentos de pesquisa do Inep. MEC. Brasilia, 2016.
[1]
Guimarães, 2009, p. 46 citado no texto A COR OU RAÇA NAS ESTATÍSTICAS EDUCACIONAIS
UMA ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS DE PESQUISA DO INEP
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