domingo, 10 de dezembro de 2017

DEFICIENTES SOMOS TODOS NÓS




Falar do preconceito que temos com pessoas deficientes é também um preconceito.. As barreiras atitudinais que criamos diante destas pessoas por desconhecimento, pela falta do convívio ou por uma predisposição perceptual, nos impedem de enxergar o deficiente como um cidadão de direitos. Negamos o reconhecimento do outro como significativamente diferente, pois não entramos em contato com essa diferença ou com o sentimento que ela nos provoca.
 Repetimos essas atitudes também nas nossas escolas, diante de uma criança com diferença significativa, produzimos estigmas intransponíveis em que a deficiência se torna um fenômeno global. Criamos mitos, estigmas, generalizações e muitas vezes  culpabilizamos a vítima.
Se nós não conseguimos lidar com a diferença, o questionamento que se deve fazer é: “Quem são os verdadeiros deficientes”? Se o mundo fosse adequado a eles, como viveríamos neste mundo?  Seríamos todos deficientes em relação a eles, por estar em desvantagem? Seríamos capazes de nos adaptar ou precisaríamos de maior atenção e melhores condições de vivenciar os nossos direitos como cidadãos. 
É desta forma que o texto de Amaral nos provoca a reflexão, pensarmos a deficiência ou a diferença significativa como uma “expressão da diversidade da natureza e da condição humana”.  Pensar que cada indivíduo tem suas características e peculiaridades que o define. Mudar os parâmetros relacionais de padrão ideal. Redefinir as interações, possibilitando uma ponte segura que propicie os encontros sem preconceitos, estereótipos e estigmas.






AQUINO, Júlio Groppa (org), AMARAL, Lígia Assumpção. Diferenças e preconceitos na escola: alternativas teóricas e políticas/Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e sua superação. – São Paulo: Summus, 1998


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário