quarta-feira, 31 de julho de 2019

Planejamento



O exercício de um planejamento na educação infantil, se dá a todo momento, como citei na postagem anterior, aprendendo com Rubem Alves, o caminho que devemos tomar é entendido a partir das observações, dos questionamentos das crianças e dos nossos próprios questionamentos. Maria Bernardette C. Rodrigues, em seu texto “Planejamento: Em busca dos caminhos” nos faz lembrar que todo o planejamento deve ter intencionalidades, e estar apoiada em pressupostos teóricos que “estabelecem as diretrizes do trabalho, definido procedimentos e estratégias metodológicas”. Nesta minha caminhada de pouco mais de três meses com o Maternal 1, foi possível estabelecer alguns caminhos em diálogo com outros professores que passaram pela turma desde a reinserção e inserção das crianças no início deste ano letivo. Colocando minhas ponderações das experiências que tive nos anos anteriores com as mesmas crianças ainda nos berçários 1 e 2. Os pressupostos estudados para a consolidação da base municipal e a experiência de 5 anos trabalhando em Diversidade com as turmas de 0 a 6 anos. E com certeza todos os estudos feitos no PEAD. Aprendi muito com as crianças do Maternal 1, principalmente no que se refere a afetividade como base fundante da formação destas crianças como sujeitos; nas trocas, nas interações, nas intervenções intencionais e provocantes no jogo de perguntas e respostas.



Aprendendo com Rubem Alves

Relendo textos do curso, deste blogger, e também dando uma espiadinha nos bloggers das colegas, vejo uma publicação sobre o texto de Rubem Alves que coincidentemente citei na última reunião e pedagógica da minha escola que aconteceu dia 22 do mês corrente.   Escolas asas, e eu também diria escola de pássaros, na educação infantil, que é a minha maior experiência, seria deixar que as crianças deem asas a imaginação, possibilitando um ambiente tranquilo, sadio, com diferentes materiais, espaço e tempo possível para despertar seus desejos, suas curiosidades e libertem a criatividade.   A moderação por parte dos educadores, seria de auxiliar, dando os encaminhamentos mais específicos às propostas que são demonstradas pelas crianças. A partir das observações e questionamentos, é possível entender os caminhos que devemos tomar, estes, que fazem parte do planejamento, devem atender as demandas das crianças, e não as nossas.
Rubem Alves falava em propor um novo tipo de professor, um professor de espantos, que não ensina nada, não ensina coisas, pois as coisas estão por ai, é só buscá-las. O professor deve ensinar a pensar, provocando a curiosidade e o questionamento.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Materiais


“O papel do professor é aprender o que a criança já sabe e possibilitar que ela aumente a sua capacidade de aprender”. Frase retirada da postagem feita em 1/7/2018. O que eu aprendi durante o estágio, com as crianças de 2 anos da turma do Maternal 1? Segundo Paulo Freire, ensinar exige pesquisa, e aprendi com crianças tão pequenas a importância dos materiais oferecidos. Se eu levar para sala de uma caixa de papelão para guardar algo, com certeza as crianças irão me roubar a caixa para brincar. Se estou finalizando a decoração de uma capa com fitas ou fitilhos, as crianças estão por perto, inventando novos usos para as fitas e fitilhos. Estes exemplos me ensinaram a buscar materiais, que para nós, adultos sem veias artísticas, tem funções definidas, possibilitar às crianças oportunidades de estabelecer, cada uma nos seus jogos simbólicos, outras funções aos materiais. Da mesma maneira que eu adulta, utilizo um material, para que este cumpra da melhor forma a função a que está destinado, as crianças através da investigação e experimentações vão procurar a melhor função para este mesmo material.  Para tanto é preciso oferecer materiais diversos, como fitas, cones, caixas, lãs, cordões, cabides, botões, tecidos, estes são alguns exemplos. Podemos oferecer materiais mais orgânicos da natureza como folhas, galhos, sementes, terra, em que também suscite a curiosidade das transformações, do crescimento natural das plantas e bichos, do florescer e da morte de uma pequena planta, da transformação da terra em barro. e das transformações do agir sobre estes materiais. Assim possibilitar que a criança desenvolva por si, a criatividade e novos modos de brincar, individual e coletiva, agindo sobre estes materiais, em um ambiente de múltiplas aprendizagens.

domingo, 28 de julho de 2019

Aquisição da Linguagem e a Escola



Pensando sobre um aluno de 2 anos que tenho na turma de maternal que fala muito, mas uma linguagem própria que nem os familiares entendem, tentam adivinhar e mesmo assim ele não responde positivamente nem nega a adivinhação da família. Inicialmente ele não atendia pelo nome também, perguntado se queria ir banheiro, pois já tem esta autonomia, ficava olhando fixo para quem perguntou, então o levávamos e ele fazia o xixi, ou simplesmente sai do banheiro sem palavras. Bem, isso acontecia durante o início do semestre. No decorrer foi melhorando sua comunicação, com gestos e alguns monossílabos. Terminamos o semestre com ele falando xixi, carro, sim e não com a cabeça. Mas antes de dizer carro ele fala umas cinco ou seis palavras que não compreendemos e termina a frase com carro. Quando pergunto novamente ele repete uma ladainha de palavras diferentes e termina com carro.
Refletindo sobre aquisição da linguagem e as teorias da epistemologia genética de Piaget e interacionismo de Vigotski, penso que este aluno é um exemplo que se aplica que as teorias de aquisição da linguagem não são puras e únicas, as duas teorias são aceitas nas suas semelhanças e diferenças, porque as crianças são únicas, as famílias e as suas interações são diferentes umas das outras.  Neste caso posso dizer que a criança em questão está migrando da fala egocêntrica para um estágio em que as interações e a mediação da criança com o meio vão produzir um sentido, ele passa a dar significado as palavras. Passa a internalizar os signos e compartilhar através da linguagem. Adquirindo este e outros conhecimentos nas relações e interações que faz na escola, daí a importância desta criança estar frequentando a escola, interagindo com outros meios.
Replico aqui as algumas implicações da abordagem de Vigotsky para a educação retirado do PPT apresentado no Moodle eixo VII.
·         Valorização do papel da escola.
·         O bom ensino é o que se adianta ao desenvolvimento.
·         O papel do outro na construção do conhecimento.
·         O papel da imitação no aprendizado.
·         O papel mediador do professor na dinâmica das interações interpessoais e na interação das crianças com os objetos de conhecimentos.


Referências:
SILVA, Samanta Demétrio. Aquisição da Linguagem. Publicado em 22/07/2010: https://www.webartigos.com/artigos/aquisicao-da-linguagem/43208#ixzz59HvSxZXo
MONTOYA, Adrián O. Dongo. Pensamento e Linguagem: Percurso Piagetiano de investigação. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 1, p. 119-127, jan./abr. 200