quarta-feira, 6 de março de 2019

Espaço e Material no Brincar

Na escola é preciso deixar que a criança brinque, tenha acesso a materiais diversos e se movimente livremente. Esta criança fará descobertas que a levam a outras descobertas e ao desenvolvimento de novas habilidades. Trabalhando em educação infantil por mais de dez anos, não tem como fugir ao tema que retomo neste texto.  Brincar é o meio pelo qual as crianças se relacionam com o ambiente e com o outro. Através da brincadeira produzem cultura. .
 A criança amplia seu repertório cultural à medida que vai fazendo novas descobertas e testando suas habilidades. Quanto maior seu repertório cultural maior será a sua autonomia.
 As crianças maiores aprendem mais quando trocam entre os seus pares, criando regras e tentando compreender o outro através das brincadeiras e jogos. Já as menores aprendem por experimentações repetitivas, explorando um objeto até seu limite.
 A mediação do professor não é menos importante neste processo, pois é ele que vai possibilitar que o aluno amplie seu repertório fornecendo materiais e propondo novos desafios, fazendo questionamentos e propondo questionamentos. O educador deve também ter o cuidado de não interferir no raciocínio da criança, essencial na construção das suas novas habilidades, expressões e desenvolvimento das muitas linguagens.
Na educação infantil, a observação e a escuta sensível do professor mediador, que irão conduzir o caráter desta mediação, levando em conta o tempo, o espaço e a materialidade.
Materiais e espaço: Se disponibilizarmos materiais em diferentes formas e volumes não necessariamente estaremos trabalhando geometria, mas a percepção das crianças diante destes diferentes formatos e volumes. Uma atividade mental que mais tarde vai facilitar sua relação com as propriedades da matemática, reconhecendo, organizando e significando. O mesmo acontece nos espaços livres onde encontramos uma infinidade de materiais naturais em diferentes formatos e volumes e a criança pode interagir com mais liberdade e criatividade. A brincadeira livre nestes diferentes espaços que são limitados muitas vezes por eles no próprio brincar, possibilitam uma gama enorme de experimentações e treino em relação a lateralidade e orientação espacial, sem falar em seriação, classificação, etc.
Lembro aqui que a hora do pátio ou da pracinha, faz parte deste leque de experimentações e cabe a nós professoras e professores, observar, ouvir, mediar. Nunca é um espaço neutro onde crianças só brincam sem nenhuma intencionalidade e professores “cuidam” para as crianças não se machucarem. É um espaço rico em aprendizagens, e podemos potencializar estas aprendizagens através de estudo, planejamento e uma boa mediação.

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