Na escola é
preciso deixar que a criança brinque, tenha acesso a materiais diversos e se
movimente livremente. Esta criança fará descobertas que a levam a outras
descobertas e ao desenvolvimento de novas habilidades. Trabalhando em educação
infantil por mais de dez anos, não tem como fugir ao tema que retomo neste
texto. Brincar é o meio pelo qual as
crianças se relacionam com o ambiente e com o outro. Através da brincadeira
produzem cultura. .
A criança amplia seu repertório cultural à
medida que vai fazendo novas descobertas e testando suas habilidades. Quanto
maior seu repertório cultural maior será a sua autonomia.
As crianças maiores aprendem mais quando
trocam entre os seus pares, criando regras e tentando compreender o outro
através das brincadeiras e jogos. Já as menores aprendem por experimentações
repetitivas, explorando um objeto até seu limite.
A mediação do professor não é menos importante
neste processo, pois é ele que vai possibilitar que o aluno amplie seu
repertório fornecendo materiais e propondo novos desafios, fazendo
questionamentos e propondo questionamentos. O educador deve também ter o
cuidado de não interferir no raciocínio da criança, essencial na construção das
suas novas habilidades, expressões e desenvolvimento das muitas linguagens.
Na educação
infantil, a observação e a escuta sensível do professor mediador, que irão conduzir
o caráter desta mediação, levando em conta o tempo, o espaço e a materialidade.
Materiais e
espaço: Se disponibilizarmos materiais em diferentes formas e volumes não
necessariamente estaremos trabalhando geometria, mas a percepção das crianças
diante destes diferentes formatos e volumes. Uma atividade mental que mais
tarde vai facilitar sua relação com as propriedades da matemática,
reconhecendo, organizando e significando. O mesmo acontece nos espaços livres
onde encontramos uma infinidade de materiais naturais em diferentes formatos e
volumes e a criança pode interagir com mais liberdade e criatividade. A
brincadeira livre nestes diferentes espaços que são limitados muitas vezes por
eles no próprio brincar, possibilitam uma gama enorme de experimentações e
treino em relação a lateralidade e orientação espacial, sem falar em seriação,
classificação, etc.
Lembro aqui que
a hora do pátio ou da pracinha, faz parte deste leque de experimentações e cabe
a nós professoras e professores, observar, ouvir, mediar. Nunca é um espaço
neutro onde crianças só brincam sem nenhuma intencionalidade e professores
“cuidam” para as crianças não se machucarem. É um espaço rico em aprendizagens,
e podemos potencializar estas aprendizagens através de estudo, planejamento e
uma boa mediação.
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