Relendo postagens minhas no
blog/portfólio, senti a necessidade de reler alguns textos e assistir novamente os
vídeos disponibilizados no moodle e outros que me foram apresentados por
amigos, colegas e através da própria busca por mais informação. Portanto, nesta
postagem, resolvi falar um pouco da minha prática nas escolas de educação
infantil, a qual tenho como única experiência docente. Ao mesmo tempo que
vivemos essa fluidez de ideias e tomados pelo consumismo exagerado, nos
encontramos diante de uma educação ainda ortodoxa. A grande maioria dos
educadores, gestores e frequentemente as famílias dos educandos, se negam a aceitar
e a adaptar-se ao novo. Comumente esperam das escolas uma educação tradicional com
salas de aula e turmas separadas por níveis, que tenham atividades e rotinas
bem definidas, e nos dias especiais, comemorativos e nos finais de semestre, apresentem
resultados e alguma demonstração cultural dando satisfação à comunidade.
Acredito em uma educação de longo
prazo, em que as sementes podem ser plantadas na educação infantil, mas se vivemos
em um mundo fluído, expressão de Bauman*, é urgente as mudanças desta prática
tradicional, estanque e pouco atrativa. Minha experiência (dez anos), apesar de
seguir os trâmites que a escola exige, sempre foi um pouco diferente e a cada semestre
de estudo no curso PEAD/UFRGS tento privilegiar no meu fazer docente as novas
aprendizagens. Se as aprendizagens só ocorrem quando o aprendente é o
protagonista de sua aprendizagem, devemos levar em conta o que nele desperta o interessa.
Como? Pela observação constante e sensível
às demonstrações de interesse; a mediação que desperte e aguce sua curiosidade
e o leve a desenvolver suas próprias ideias e significados. Também é importante mediar as diferentes linguagens
tecnológicas e o uso destas ferramentas que já fazem parte das suas rotinas familiares.
Mais do que tudo, instigar o aluno a pensar e a pesquisar fará com que esse
mundo fluído não lhe escape integralmente das mãos. Que estas novas
significações permaneçam para outras novas aprendizagens e significações.
Buscar a solidez de um mundo
quase desconhecido através de projetos de identidade por exemplo, onde o tempo,
o espaço e os materiais disponibilizados devam ser pensados com a
responsabilidade de poder proporcionar aprendizagens e habilidades cognitivas consistentes,
daí talvez consigamos plantar as primeiras sementes.
*Zygmut Bauman (1925-2017). Sociólogo e filósofo polonês,
professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.
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