sábado, 16 de março de 2019

Educar na Pós-Modernidade


Relendo postagens minhas no blog/portfólio, senti a necessidade de reler alguns textos e assistir novamente os vídeos disponibilizados no moodle e outros que me foram apresentados por amigos, colegas e através da própria busca por mais informação. Portanto, nesta postagem, resolvi falar um pouco da minha prática nas escolas de educação infantil, a qual tenho como única experiência docente. Ao mesmo tempo que vivemos essa fluidez de ideias e tomados pelo consumismo exagerado, nos encontramos diante de uma educação ainda ortodoxa. A grande maioria dos educadores, gestores e frequentemente as famílias dos educandos, se negam a aceitar e a adaptar-se ao novo. Comumente esperam das escolas uma educação tradicional com salas de aula e turmas separadas por níveis, que tenham atividades e rotinas bem definidas, e nos dias especiais, comemorativos e nos finais de semestre, apresentem resultados e alguma demonstração cultural dando satisfação à comunidade.
Acredito em uma educação de longo prazo, em que as sementes podem ser plantadas na educação infantil, mas se vivemos em um mundo fluído, expressão de Bauman*, é urgente as mudanças desta prática tradicional, estanque e pouco atrativa. Minha experiência (dez anos), apesar de seguir os trâmites que a escola exige, sempre foi um pouco diferente e a cada semestre de estudo no curso PEAD/UFRGS tento privilegiar no meu fazer docente as novas aprendizagens. Se as aprendizagens só ocorrem quando o aprendente é o protagonista de sua aprendizagem, devemos levar em conta o que nele desperta o interessa. Como? Pela  observação constante e sensível às demonstrações de interesse; a mediação que desperte e aguce sua curiosidade e o leve a desenvolver suas próprias ideias e significados.  Também é importante mediar as diferentes linguagens tecnológicas e o uso destas ferramentas que já fazem parte das suas rotinas familiares. Mais do que tudo, instigar o aluno a pensar e a pesquisar fará com que esse mundo fluído não lhe escape integralmente das mãos. Que estas novas significações permaneçam para outras novas aprendizagens e significações.
Buscar a solidez de um mundo quase desconhecido através de projetos de identidade por exemplo, onde o tempo, o espaço e os materiais disponibilizados devam ser pensados com a responsabilidade de poder proporcionar aprendizagens e habilidades cognitivas consistentes, daí talvez consigamos plantar as primeiras sementes.


*Zygmut Bauman (1925-2017). Sociólogo e filósofo polonês, professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia.

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