Planejar é prever e decidir, no ato
cotidiano de sala de aula, de que forma posso atingir meus objetivos pedagógicos. Segundo Rays "o ato de planejar o ensino
revela sempre, por parte do educador, uma atitude axiológica, ética, política e
pedagógica, que pode ou não contribuir para a formação de qualidade do
educando."(2002)
Nos estudos de Rays, encontramos
cinco momentos necessários a um planejamento que seja coerente e que expresse
um processo educativo de qualidade pedagógica que estará sempre ligada a
concepção que se tem do aluno, da educação e da sociedade, e político que fará previsão
dos objetivos, dos conteúdos programáticos, das metodologias de ensino
aplicadas e nos processos de avaliação. São eles:
1. Escola e realidade social:
Entender onde e como esta inserida a escola na comunidade através de visitas às
residências, entrevistas, rodas de conversas na escola, festividades e
reuniões. De forma geral entender a comunidade e suas necessidades sociais,
culturais e políticas através da coleta de dados nestes eventos, avaliar e
reavaliar.
·
Fornecerá elementos concretos.
·
Examinar seus componentes pedagógicos em relação
ao todo social.
2. Retrato sociocultural do educando: Reflete seu mundo social e
cultural, suas história e suas inquietações. É uma variável que permite
analisar as contradições sociais que permeiam as práticas sociais do educando. Através
do diálogo, buscar conhecer alguns aspectos da realidade sócio-cultural dos
educandos e identificar os interesses destes pelas rodas de conversas, audição
de musicas, sessões de filmes e debates, etc. A análise destas características
de aprendizagem ajudam a determinar uma didática mais criativa e adequada.
1 e 2 serão o ponto de partida para o ato
de planejar.
3. Objetivos de ensino-aprendizagem e conteúdos de ensino (ação-reflexã-ação):
Assimilação, elaboração e recriação do saber; Conteúdo que procura evidenciar as contradições do sistema social
vigente que leve o educando ao desvelamento do conhecimento de forma crítica e
criativa. Ao planejar, os objetivos propostos devem estar estreitamente
alinhados aos conteúdos, e estes conforme o contexto social do educando;
significativo e concreto. Importante criar um ambiente dialógico onde as ideias
se façam conhecidas para o debate, questionamentos, criticas e autocrítica.
4. Procedimentos de ensino-aprendizagem: Colocar em ação os
conhecimentos, desafiar, desequilibrar para recriar e/ou elaborar mediatizada e
temporalizada pela crítica e autocrítica. Traçados os objetivos, colocar em
prática os conteúdos, através dos desafios propostos tanto pelos educadores
quanto pelos educandos. Estes procedimentos podem ser exemplificados pelas
linhas de pesquisa e investigação. Conhecer, comparar, duvidar, voltar a
conhecer, etc.
5. Avaliação da aprendizagem: Diagnóstico permanente do processo
ensino-aprendizagem: Julgando os processos, as dificuldades e as inquietações
como único objetivo formativo. Avaliar
como forma de avançar no trabalho docente. Identificar as inquietações do
educando e possíveis falhas de procedimentos, reavaliar interesse dos alunos e
se foi atingidos o principal objetivo: A aprendizagem significativa. Educadores e educandos verificam suas
aprendizagens. Realizam análise crítica do planejamento e seus procedimentos.
Traçam parâmetros dos conteúdos aprendidos
criticamente.
"Planejamento é um processo constante
através do qual a preparação, realização e o acompanhamento se fundem, são
indissociáveis".
Planejamento é
elaborar - decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de ação
educacional é necessária para isso; verificar a que distância se está deste
tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final que se
pretende; propor uma série orgânica de ações para diminuir esta distância e
para contribuir mais para o resultado final estabelecido; executar - agir em
conformidade com o que foi proposto e avaliar - revisar sempre cada um desses
momentos e cada uma das ações, bem como cada um dos documentos deles derivados
(GANDIN, Apud RODRIGUES, 2011, p.2). Decidir
que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de ação educacional é necessária
para isso. Verificar a que distância
se esta deste tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado
final que se pretende. Propor uma
série orgânica de ações para diminuir esta distância e para contribuir ainda
mais para o resultado final estabelecido. Agir
em conformidade com o que foi proposto e por fim avaliar cada uma das ações, revisando procedimentos e documentos
deles derivados.
Referências:
RODRIGUES, Maria
Bernardette C, Planejamento: em busca de caminhos. 2016. Disponível em: http://principo.org/planejamento-em-busca-de-caminhos.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário