quarta-feira, 4 de julho de 2018

PLANEJAMENTO DE ENSINO: UM ATO POLÍTICO-PEDAGÓGICO QUE BUSCA CAMINHOS



            Planejar é prever e decidir, no ato cotidiano de sala de aula, de que forma posso atingir meus objetivos pedagógicos.  Segundo Rays "o ato de planejar o ensino revela sempre, por parte do educador, uma atitude axiológica, ética, política e pedagógica, que pode ou não contribuir para a formação de qualidade do educando."(2002)
            Nos estudos de Rays, encontramos cinco momentos necessários a um planejamento que seja coerente e que expresse um processo educativo de qualidade pedagógica que estará sempre ligada a concepção que se tem do aluno, da educação e da sociedade, e político que fará previsão dos objetivos, dos conteúdos programáticos, das metodologias de ensino aplicadas e nos processos de avaliação. São eles:
1. Escola e realidade social: Entender onde e como esta inserida a escola na comunidade através de visitas às residências, entrevistas, rodas de conversas na escola, festividades e reuniões. De forma geral entender a comunidade e suas necessidades sociais, culturais e políticas através da coleta de dados nestes eventos, avaliar e reavaliar.
·         Fornecerá elementos concretos.
·         Examinar seus componentes pedagógicos em relação ao todo social.
2. Retrato sociocultural do educando: Reflete seu mundo social e cultural, suas história e suas inquietações. É uma variável que permite analisar as contradições sociais que permeiam as práticas sociais do educando. Através do diálogo, buscar conhecer alguns aspectos da realidade sócio-cultural dos educandos e identificar os interesses destes pelas rodas de conversas, audição de musicas, sessões de filmes e debates, etc. A análise destas características de aprendizagem ajudam a determinar uma didática mais criativa e adequada.

1 e 2 serão o ponto de partida para o ato de planejar.

3. Objetivos de ensino-aprendizagem e conteúdos de ensino (ação-reflexã-ação): Assimilação, elaboração e recriação do saber; Conteúdo que procura evidenciar as contradições do sistema social vigente que leve o educando ao desvelamento do conhecimento de forma crítica e criativa. Ao planejar, os objetivos propostos devem estar estreitamente alinhados aos conteúdos, e estes conforme o contexto social do educando; significativo e concreto. Importante criar um ambiente dialógico onde as ideias se façam conhecidas para o debate, questionamentos, criticas e autocrítica.

4. Procedimentos de ensino-aprendizagem: Colocar em ação os conhecimentos, desafiar, desequilibrar para recriar e/ou elaborar mediatizada e temporalizada pela crítica e autocrítica. Traçados os objetivos, colocar em prática os conteúdos, através dos desafios propostos tanto pelos educadores quanto pelos educandos. Estes procedimentos podem ser exemplificados pelas linhas de pesquisa e investigação. Conhecer, comparar, duvidar, voltar a conhecer, etc.

5. Avaliação da aprendizagem: Diagnóstico permanente do processo ensino-aprendizagem: Julgando os processos, as dificuldades e as inquietações como único objetivo formativo.   Avaliar como forma de avançar no trabalho docente. Identificar as inquietações do educando e possíveis falhas de procedimentos, reavaliar interesse dos alunos e se foi atingidos o principal objetivo: A aprendizagem significativa.         Educadores e educandos verificam suas aprendizagens. Realizam análise crítica do planejamento e seus procedimentos. Traçam parâmetros dos conteúdos aprendidos criticamente.
            "Planejamento é um processo constante através do qual a preparação, realização e o acompanhamento se fundem, são indissociáveis".
Planejamento é elaborar - decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de ação educacional é necessária para isso; verificar a que distância se está deste tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final que se pretende; propor uma série orgânica de ações para diminuir esta distância e para contribuir mais para o resultado final estabelecido; executar - agir em conformidade com o que foi proposto e avaliar - revisar sempre cada um desses momentos e cada uma das ações, bem como cada um dos documentos deles derivados (GANDIN, Apud RODRIGUES, 2011, p.2). Decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de ação educacional é necessária para isso. Verificar a que distância se esta deste tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final que se pretende. Propor uma série orgânica de ações para diminuir esta distância e para contribuir ainda mais para o resultado final estabelecido. Agir em conformidade com o que foi proposto e por fim avaliar cada uma das ações, revisando procedimentos e documentos deles derivados.


Referências:
RODRIGUES, Maria Bernardette C, Planejamento: em busca de caminhos. 2016.  Disponível em: http://principo.org/planejamento-em-busca-de-caminhos.html


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