quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Escola Inclusiva e Democrática



   
Inclusão escolar é entendida pela maioria dos educadores como aquela que inclui o aluno com algum tipo de deficiência intelectual ou física, quando na verdade é para todos os alunos que de alguma forma são excluídos ou se sentem excluídos por sua cor de pele ou etnia, por sua condição social, indisciplina¹, por sua orientação sexual e para aqueles que tem deficiência intelectual ou física
Pensar a inclusão escolar sem debater as formas de fazê-la de maneira que seja realmente democrática, é não incluir. Enquanto a escola mantém suas velhas formas de ensinar e avaliar, mais alunos excluídos teremos. É preciso modernizar e estruturar as escolas para essas novas crianças, tão diversas em suas especificidades. É preciso priorizar e aprimorar a formação docente. Não é mais possível que se perca alunos pela nossa incapacidade e intolerância na convivência com alunos “desajustados”, que demandam outras formas de interpelação.
                                                                                                                                                                                                                                                           A inclusão escolar envolve, basicamente, uma mudança de atitude face ao Outro: que não é mais um, um indivíduo qualquer, com o qual topamos simplesmente na nossa existência e com o qual convivemos um certo tempo, maior ou menor de nossas vidas. O Outro, é alguém que é essencial para a nossa constituição como pessoa e dessa Alteridade é que subsistimos, e é de lá que emana a Justiça, a garantia da vida compartilhada. (MONTOAN, 2009, p.03)
            No artigo intitulado Caminhos pedagógicos da inclusão, Maria Tereza Eglér Mantoan (2002), defende a ideia que todos os alunos, não só “o diferente”, mas também o indisciplinado ou com dificuldade de aprendizado, sejam compreendidos através da convivência e do diálogo e tenham as mesmas oportunidades no âmbito escolar. Ela argumenta que o aluno não tem que se adequar a escola, mas sim a escola se adequar ao aluno. Para tanto, a autora traça caminhos que passam pela transformação geral das escolas focalizando suas experiências sob três ângulos: os desafios que provoca esse novo paradigma educacional; as ações para efetivar as transformações e as perspectivas que se abrem a partir dessas.     
O princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles, os alunos com deficiência. A inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os alunos provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico.(MONTOAN, 2002)
Falando sobre os desafios, Maria Tereza Mantoan afirma que é preciso priorizar a qualidade de ensino na educação básica, o que incluí sem falta a formação e o comprometimento dos professores e das escolas na renovação das práticas pedagógicas, assumindo que o fracasso escolar e as dificuldades dos alunos se devem muito ao sistema educacional.
 Entre as ações citadas pela autora para a transformação do ensino nas escolas, está o diagnóstico da população escolar, para que de forma autônoma, cada escola possa elaborar o seu Projeto Político Pedagógico em direção a um currículo inclusivo e democrático. Outra mudança importante é a descentralização que se deve aos papéis dos gestores (direção coordenação pedagógica) promovendo uma maior autonomia e comprometimento de todos os setores.
Montoan aponta como perspectivas desta nova escola inclusiva e democrática, a formação de cidadãos mais livre e sem preconceitos que aprenderão o valor e o respeito na convivência com a diversidade.
Neste contexto, fica claro o quanto ainda precisamos caminhar para chegar a este patamar da educação. O quanto precisamos transformar as nossas próprias concepções sobre educação inclusiva, pois em nossas vivencias na pratica docente nos deparamos não somente com barreiras físicas e inapropriadas às condições de incluir o aluno portador de deficiência, como também em barreiras burocráticas, regramentos e condições de desigualdades de oportunidades que são oferecidas aos nossos alunos pelas escolas da maneira como ainda são organizadas. A falta de estímulos e suporte para que o professor consiga se integrar a esta transformação, contribui para a ideia de que uma verdadeira escola para todos esteja muito distante. Mas lutemos para que não fique só no papel.
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¹Segundo La Taille (2001 apud AQUINO, 2003, p.13) (...) a pessoa disciplinada segue determinadas regras de conduta (...) a pessoa indisciplinada transgride as leis que deveria seguir. (...) A indisciplina pode, às vezes, vir em decorrência de bons motivos éticos. Se as regras não fazem sentido (e há muitas nas escolas) e se derivam de valores suspeitos (como a subserviência cega à autoridade), a indisciplina pode se justificar eticamente. (...) indisciplinas que ferem as leis morais (...). Por exemplo, o insulto, a agressão física, o tratar o professor como se fosse um objeto, não ouvi-lo, fingindo que não está presente, que não existe

REFERÊNCIAS:
AQUINO, Júlio Gropa. Indisciplina: O contraponto das escolas democráticas. São Paulo, Moderna, 2003. – Coleção cotidiano escolar.
MANTOAN, M. T .E. Caminhos pedagógicos da inclusão. Universidade de Campinas/UNICAMP. Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Reabilitação de Pessoas com Deficiência - LEPED/ FE/ Unicamp. 28 nov 2002. Disponível em: <http://www.educacaoonline.pro.br/index.php?option=com_content&view=article&id=83:caminhos-pedagogicos-da-inclusao&catid=6:educacao-inclusiva&Itemid=17>. Acesso:08 out 2016.

domingo, 16 de outubro de 2016

Política, passado, presente e futuro.

     Ideias sobre a leitura da aula perdida.
     Toda a ação é um ato político, pois quando agimos é por acreditar em algo, e o fazemos seguindo preceitos e valores que nos moldam moralmente e politicamente.
    Toda ação certamente implica riscos. Toda ação tem uma reação, positiva ou não. Projetar o futuro faz parte das ações no presente, mas nunca teremos certeza, pois a reação às nossas ações são imprevisíveis,  e podem vir de outras pessoas ou de outra natureza.
     Passado, presente e futuro se relacionam o tempo todo. Todas as nossas ações são baseadas nas experiências do passado e projetadas para o futuro.
     Não existe sentidos palpáveis nestas dimensões de tempo.
     Na escola vivemos as três dimensões de tempo: estudamos no presente para conhecer o passado pensando em realizar sempre um futuro melhor ou diferente.
     As pessoas vivem (presente) de lembranças (passado), revivendo ou tentando evitar experiências do passado. Aprendem com essas experiências para pensar o futuro.