terça-feira, 21 de junho de 2016

Poema



      Poema da minha família, este foi o título de uma postagem anterior. O contexto é ele mesmo, uma provocação aos leitores. 
      Um poema divertido de natureza  simples,  mas tão complexo no que pode nos causar,
      Por que publiquei o poema? Para falar daquilo que é  poesia  nas entrelinhas. Daquilo que  nos provoca um ou mais sentimentos. Para falar também, daquilo que a professora Darly nos causa ao realizarmos brincadeiras como crianças nas suas aulas . Do que nos impacta e desacomoda, como cita a professora Ivany.
      Quando lemos poesia nos vem a tona uma sensibilidade que talvez nem sabíamos existir em nós e a nossa percepção da realidade pode ficar alteada. 
      Agora imaginemos todos esses sentimentos transbordando na cabecinha de uma criança, com milhares de questionamentos e um imenso arsenal de imagens  prestes a eclodir. 
     Portanto,  a publicação deste poema, foi uma linda  lembrança  de quando eu lia  para meus filhos: A grata surpresa que demonstraram em seus sorrisos ao final deste poema  que publiquei. E parafraseando o poeta José Paulo Paes, "toda poesia tem que ter uma surpresa", e é isso que queremos provocar lendo poesia para as crianças nas escolas.


sábado, 18 de junho de 2016

Da importância da Lei 10.436/2002



           
      Entender a importância de uma Língua Brasileira de Sinais não é possível sem conhecer a cultura surda. 

      Conhecer a cultura surda não é possível sem saber quem são as pessoas surdas e quais suas especificidades.

       As pessoas surdas se definem em termos culturais e linguísticos (Wrigley,1996, p.13), assim como os ouvintes, constroem a sua cultura histórico e social de uma geração para outra.

      Frente a legislação, segundo o Decreto 5.626/2005¹ que regulamenta a Lei 10.436/2002², é considerada pessoa surda “aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais- Libras” (art.2°capítulo I).

       Para o surdo, não é a falta de audição, mas a sua diferença é que o define. A diferença na forma de comunicação por meio de uma língua de sinais representativa e cheia de significações, nas diferentes interações e experiências ricas em possibilidades visuais com o mundo e com o outro. Na construção de sua identidade pela interação e reconhecimento com seus pares.

      Tudo que tenha significado para a sua vida na construção da sua identidade surda, como o estado de espírito ou a importância política, o que influi no seu dia a dia e da sua comunidade, é cultura para o surdo.

     Promover reflexões a partir da cultura surda e suas diferenças  identitárias e linguísticas, preparar educadores e pessoas comuns da comunidade em geral em Libras para interagir com as pessoas surdas, são de grande importância para que se fomente um aumento significativo nos processos de inclusão desses indivíduos na sociedade.  


sexta-feira, 17 de junho de 2016

Poema da minha família



aqui

nesta pedra

alguém sentou
olhando o mar

o mar
não parou
para ser olhado

foi mar 
pra tudo quanto é lado
 Paulo LeMinski
 

O Cuidado na hora de escolher um livro para as crianças e experiências positivas com poesias.

  
      Sendo o livro um produto cultural, temos que ter em mente que ele estará vendendo uma ideia.

      A ideia que o livro vende, nem sempre está explícita. O cuidado na hora de escolher um livro a ser trabalhado com as crianças deve levar em conta qual produto/ideia ele quer vender? Que ideias ele pode estar normatizando e excluindo outras? Quais estereótipos podem estar representados? Que intenções ideológicas formativas podem estar implícitas nas tramas da história?

      Na minha vida, como mãe, tia, etc, sempre me preocupei com as escolhas dos livros. Sabia das intenções ideológicas nas histórias, mas não tinha este conhecimento mais aprofundado. De uma forma simples, como faço ainda hoje, leio toda a publicação infantil antes de comprar e usar em sala de aula ou de presentear uma criança. Claro que também temos nossas ideologias, mas a procura por obras que deixem o caminho aberto para a reflexão são meus preferidos.

      Quando descobri o livro "Poesia Fora da Estante"¹, eu ainda não lecionava e tive uma grata experiência lendo para meus filhos². Na época tinham 6 e 10 anos e a leitura, era exigida todas as noites por eles. Mais tarde encontrei um segundo volume, e as leituras se repetiam constantemente. O primeiro livro reúne poesias de 30 escritores brasileiros e originalmente nem todas escritas para as crianças. A partir deste livro passei a pesquisar mais sobre as possibilidades de trabalhar com poesia em sala de aula. 

      A primeira experiência em sala de aula foi com Mario Quintana, trazendo poemas que tinham a ver com as temáticas trabalhadas, como a escrita do nome, os sete anos e a perda do primeiro dente. Trabalhei vários outros autores e com poesias para crianças, como Vinícius de Moraes. Mas uma experiência marcante foi também no jardim 2 com o poema "O menino que carregava água na peneira" um poema de Manoel de Barros do livro "Palavras de encantamento". O poema se abateu sobre os alunos de tal forma que todos queriam ser poetas, criando suas rimas, suas fantasias e também desenhos maravilhosos.







Os livros e as crianças





O universo que um leitor abre diante de um livro tem muitas facetas.
Ao abrir um livro, o leitor está em busca de algo. Pode ser apenas o prazer momentâneo ou talvez ampliar seu conhecimento, pode estar à procura de uma fuga da realidade, uma viagem no tempo e no espaço. Enfim, existem infinitas possibilidades que levam a leitura.
Já uma criança pequena, e falo aqui dos primeiros 5 anos, quando ela abre um livro pode ser que para ela, tudo seja uma grande surpresa. Ela possivelmente não tem um objetivo, uma busca específica. As páginas que mudam, as variadas cores, os diferentes personagens, as texturas, o tamanho e o peso da publicação, tudo tem uma leitura própria da criança e que depende da sua própria história. Talvez ela ache que o livro “maior” é melhor, pois tem que empregar mais esforço e dedicação ao manuseio.
Pois bem, dito isso, pretendo chegar ao foco:  A criança faz a escolha de um livro por diversos motivos. Nem sempre aquele que nos interessa dentro de um planejamento. Como podemos intervir nesta escolha para que ainda tenha significado para a criança.
Oferecer à criança múltiplas possibilidades, repertórios em que se reconheça e que também descubra coisas fora de seu repertório. O educador pode mostrar caminhos conhecidos e chegar ao desconhecido através da leitura, da contação, da teatralização e outros recursos. Fazendo comparações, relações, interpretações sempre com a ajuda das crianças e principalmente em busca do prazer.