domingo, 29 de maio de 2016



AINDA SOBRE O BRINCAR, E O JOGAR 
(Uma pretensa visão por dentro da escola infantil)


     Segundo Teoria Construtivista de Piaget, o brincar, jogar, está ligado a construção de estruturas internas (mentais e cognitivas) durante o nosso desenvolvimento.
     Diante de uma situação-problema, inicialmente, a criança após várias tentativas de solução, aprende, o que Piaget chama de assimilação, conhecendo a situação problema e o seu entorno. Ela modifica a realidade e passa a dominar a situação. Isto é, passa a tomar posse desta nova realidade. A acomodação se dá pelas transformações de estruturas internas, o desenvolvimento cognitivo, ou seja, ela aprende, resolve e faz da nova situação, agora sob seu domínio, um jogo.

     Relacionando à rotina de um Berçário (crianças de quatro meses a um ano), penso rapidamente nas situações em que as crianças passam grande parte do dia sentadas em cadeirinhas onde situações problemas são raras, principalmente se levarmos em conta as crianças que cedo foram afastadas de suas mães - sem nenhuma referência- e passam a conviver em um mesmo espaço com mais 12 ou 15 bebês. Nestas turmas, em que o desafio maior das educadoras é manter estes bebês em segurança, alimentados e higienizados, pergunto: Por quais situações problemas estes bebês passam? Que experiências podem assimilar que não o pobre desafio de conhecer o espaço superpopuloso e impregnado de estímulos? E ainda obter um pouco de atenção?

     Para Piaget, o predomínio da assimilação sobre a acomodação é a principal característica da atividade lúdica. Mas se a acomodação é sedimentar as conquistas realizadas, brincar com o que já aprendeu, esta criança que conviveu em um espaço pobre em conquistas, usando pouco de suas capacidades motoras e sensoriais, provavelmente vai chegar nesta segunda etapa com poucas experiências vivenciadas sobre o meio e por tanto defasada no seu desenvolvimento cognitivo.

     Pois bem, na próxima fase, entra o jogo simbólico por volta dos 18 meses aos 6 anos. Este período pré-operatório é marcado pelo jogo do faz-de-conta. A criança será capaz de imitar a realidade através de símbolos, representando coisas e/ou situações por meio de diversas linguagens. A criança libera os esquemas antes interiorizados e o jogo simbólico pode contar deste passado, ora recriando conflitos ou representando seu cotidiano. Daí a importância do profissional da educação principalmente nesta fase. A criança ao recriar a realidade vivida, nos conta de como está seu desenvolvimento cognitivo e emocional. A pessoa mais próxima desta criança deve lhe inspirar confiança e deve também possibilitar a instrumentalização necessária ao jogo do faz-de-conta, tanto na ambientação, quanto ao material disponibilizado.

     Se bem orientado este profissional que vai manter uma relação de confiança com a criança, esta seguirá desenvolvendo suas estruturas cognitivas dentro do esperado, expressando suas angústias, aprendendo o convívio social e se inserindo pouco a pouco no mundo adulto.



Texto de referência: Concepções do brincar na Psicologia: Terezinha Vieira, Alysson Carvalho e Elizabeth Martins. Brincar(es). Carvalho, Alysson, Org. Capítulo 2. Ed. UFMG: Pró Reitoria de Extensão, 2015

domingo, 8 de maio de 2016

A música como meio didático para a aprendizagem





A música, tanto quanto a leitura de um livro, pode representar momentos muito significativos nas nossas vidas. Através da música podemos viajar, viver um amor, soar lamentos de trabalho ou de uma traição. Com bastante frequência uma música ou trechos dela nos fazem reviver momentos especiais de nossas vidas. Usando deste mesmo raciocínio, a música pode marcar períodos e vivências importantes na vida do estudante.
Na Educação infantil, trabalhar com música é muito prazeroso e as possibilidades são infinitas. A criança da pré-escola e dos anos iniciais são muito receptivas as canções de roda, de introdução das regras e da rotina. A música também possibilita um trabalho de reconhecimento do próprio corpo e de seus movimentos.
Com a música trabalhamos a voz, a harmonia, os ritmos. Brincamos com instrumentos musicais e criamos outros. Descobrimos que qualquer objeto pode produzir som, inclusive nosso corpo ou sobre ele.
Experimentamos e aprendemos.
Através da música compartilhamos emoções, brincadeiras e muitas alegrias.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

A Música e Eu

Um início de semestre com muito sentimento.
 
MUSIC AND ME (Jackson Five)

A música me acompanha a muito tempo, talvez até mais que meus 53 anos. Aprendi a cantar com minha mãe, não sei se ela me contou ou imagino, mas tenho certeza que cantou muito durante os meus primeiros nove meses em que eu ainda estava na sua barriga.
“Music and me” marcou uma etapa da minha infância. Lembro das tardes em frente à TV assistindo o desenho Jackson Five, sempre cantavam durante os episódios. Essa música em especial, me fazia chorar, pela melodia, pois não tinha ideia do que falava.
Na minha casa o rádio ficava ligado o tempo todo. Aprendi muitas músicas com minha mãe e ainda lembro a maioria delas.
 Meu pai comprava discos dos mais variados artistas nacionais e internacionais. Cantávamos nas viagens de carro, em casa, nas brincadeiras e tudo mais.
Aprendi a apreciar poesia quando comecei a buscar sentido nas letras.
A música também me levou a um engajamento político.
Hoje, onde quer que eu vá, a música sempre me acompanha. Ela me consola nas horas tristes e me dá mais alegria quando preciso. Cantarolei para meus filhos, canto para meus alunos e até para os amigos. Sei que não existe melhor companhia .
Desde que me tornei professora, busco na música e através dela um meio de aproximação com os alunos. Ao mesmo tempo que a música os desafia, ela provoca curiosidade e tantas outras reações emocionais. A música é fraterna,  lúdica, cultural, construtiva e é prazer.
Nada me dará mais prazer neste momento que a disciplina de música pois, possibilitar o aprendizado através da música e a própria musicalização sempre foram meus objetivos.