sábado, 21 de novembro de 2015

Leitura, escrita, desenho..

      Ser professora na Educação Infantil de Escola Pública
      Considerando que: 
      Todo aluno é capaz é tem direito ao conhecimento;
      Conhecimento é fundamental para a qualidade de vida - nos faz melhores observadores, melhores interpretes e melhores cidadãos;
      A linguagem oral, tanto quanto a linguagem escrita são instrumento de comunicação social;
      O desenho também influí na construção do conhecimento;
      O aluno é o sujeito ativo no processo de alfabetização;
      Desempenho escolar não tem origem em nenhum déficit intelectual, linguístico ou cultural;
      A diversidade de informações só é possível alcançar através da leitura;
      Aprender, do ponto de vista neuronal, é colocar informações na memória de longo prazo e poder recuperar, acessar essa memória sempre que for necessário;
      As crianças de classes mais baixas apresentam atraso de 5 anos em relação as outras de classes média e altas no processo de alfabetização, pela precariedade de informações recebidas e vivências experimentadas.
      Como professora da rede pública, fatores acima me levam a questionar as ações em sala de aula, a rotina escolar, as cobranças de conteúdo e disciplina.
      Nas salas das escolas de Educação Infantil, existe uma infinidade de estímulos e excesso de informações (des)intencionadas.

           Crianças de 0 a 6 anos, em escola de Educação Infantil, de turno integral, passam na sua grande maioria de 8 a 12 horas.  A maior parte deste período é dedicado a rotina (alimentação e higiene, o que inclui a hora do descanso). As salas de aula são equipadas com um número excessivo de estímulos como: Brinquedos e jogos que são na sua maioria de material plástico, eletrônicos como celulares  e máquinas fotográficas estragadas. Algumas compõe os cantos: cozinha, leitura, beleza, entre outros. As paredes com cartazes, trabalhos, anúncios, regras.
      O problema é o que fazer com tudo isso? Brinquedos que não estimulam a imaginação, jogos que nem sempre são ensinados a jogar em suas regras ou estimulados a criação de novas regras. Canto da leitura em que nenhum adulto letrado lê, a não ser em alguns momentos em que a rotina permite. Paredes com letras, números, cartazes dos aniversários, e uma infinidade de outras informações que a criança não entende. Deixando sempre para as próximas etapas o significado e a função destas informações.
      Se não uma mudança radical na forma com que os alunos são abordados em relação aos seus conhecimentos e as sua capacidade de aprendizado, algumas mudanças havemos sim de no mínimo considerar.
     Sobre o que penso do nosso papel como professor nas escolas de Educação Infantil, dedicar mais tempo às nossas crianças é fundamental no processo de aprendizagem, pois somente os materiais, livros ou brinquedos não educam. Assim como as crianças pedem mais a presença dos pais nas suas vidas, também precisamos estar  mais presente em sala de aula, no pátio, nas brincadeiras , nas refeições.